quinta-feira, 26 de março de 2009

A PALAVRA ...


A palavra...

Como é grande o seu poder!

Sua magnitude suprema!

Consegue descrever a alma,

E a transforma em ensinamentos.

Doce num romance

E amarga num anúncio funerário.

A palavra é o espelho Do que se passa em minha mente.

É a arte que modifica o ser

E me põe a pensar:

Como Assim?

Por que?

Será?

O que é a palavra,

Senão um emaranhado de letras.

O que é a frase,

Se não um emaranhado de palavras.

O que é o pensamento,

Se não um emaranhado de frases,

Que se entrelaçam em minha mente

E se transformam em signos

Repletos de significados

Que me enche de vida e magia

E me faz flutuar...

Pedro Felipe de Lima Henrique

quarta-feira, 25 de março de 2009

Obrigado Por Estar Aqui - Rosa de Saron

Hoje fui à varanda de minha casa e comecei a admirar as maravilhas que Deus fez em minha vida. E O vi. O vi na brisa suave que me arrepiou, O vi na beleza das flores, O vi nas pessoas que passavam pela rua e, principalmente, O vi dentro de mim. E nisso, escutei esta música de Rosa de Saron que me fez refletir sobre tudo isso e me entregar na oração que ela propunha. Aqui está a letra que hoje me fez mais próximo de Deus...


Obrigado Por Estar Aqui

Rosa De Saron

Composição: Guilherme de Sá (Rosa de Saron)

Quantas vezes eu quis tão longe buscar que nunca
percebi..
Por tantos lugares passei, mas afinal Você sempre
esteve aqui

Quantas vezes eu quis por um instante Te fazer feliz?
Seja com minha voz, meu louvor, meu amor
Meu coração se agita quando Você me olha assim, tudo
que eu tenho é Você

(Refrão)
Mesmo fraco, em pedaços, eu prefiro Te dizer,
Obrigado por estar...
Ao Teu lado, me refaço, eu preciso ter Você,
Obrigado por estar aqui

Quantas vezes errei, mas no final permaneceu o amor,
Renasceu em mim a força da cruz
E eu já não sei mais o que é viver um dia sem Você,
Faz parte do meu ser...

Quando o sofrimento bater à sua porta...



Olá leitores do meu blog...

Vim hoje dar a vocês uma dica de leitura: "Quando o sofrimento bater à sua porta" de Pe. Fábio de Melo.
Estou lendo e descobrindo, por meio deste livro maravilhoso, como tirar o melhor dos meus limites e sofrimentos e como utilizá-los como fonte de aprendizado e sabedoria. Nele, Pe. Fábio enfoca as mazelas das culpas e dos sofrimentos que provém de nossas próprias escolhas ou do livre arbítrio das outras pessoas e nos faz refletir sobre o jeito como enfrentamos nossos sofrimentos.
Estou gostando muito e espero que vocês também gostem...

domingo, 22 de março de 2009

“Carta ao Ministro da Educação”, por Clarice Lispector.

Olá Pessoal.

Sabemos que hoje, para se entrar em uma universidade com o objetivo de cursar o ensino superior, é realizada uma seleção de alunos devido ao número limitado de vagas chamado de vestibular. Vasculhando a net, encontrei uma carta que Clarice Lispector escreveu para o Ministro da Educação em 1968. Achei-a interessante e concordo inteiramente com a opinião desta escritora de renome na esfera literária do nosso país.



“Carta ao Ministro da Educação”

“Em primeiro lugar queríamos saber se as verbas destinadas para a educação são distribuídas pelo senhor. Se não, essa carta deveria se dirigir ao presidente da República. A este não me dirijo por uma espécie de pudor, enquanto sinto-me com mais direito de falar com o ministro da Educação por já ter sido estudante.

O senhor há de estranhar que uma simples escritora escreva sobre um assunto tão complexo como o de verbas para educação – o que no caso significa abrir vaga para os excedentes. Mas o problema é tão grave e por vezes patético que mesmo a mim, não tendo ainda filhos em idade universitária, me toca.

O MEC, visando evitar o problema do grande número de candidatos para poucas vagas, resolveu fazer constar nos editais de vestibular que os concursos seriam classificatórios, considerando aprovados apenas os primeiros colocados dentro do número de vagas existentes. Essa medida impede qualquer ação judicial por parte dos que não são aproveitados, não impedindo, no entanto, que os alunos tenham o impulso de ir à ruas reivindicar as vagas que lhe são negadas.

Senhor ministro ou senhor presidente: “excedentes” num país que ainda está em construção? ! e que precisa com urgência de homens e mulheres que o construam? Só deixar entrar nas Faculdades os que tirarem melhores notas é fugir completamente ao problema. O senhor já foi estudante e sabe que nem sempre os alunos que tiraram as melhores notas terminam sendo os melhores profissionais, os mais capacitados para resolver na vida real os grandes problemas que existem. E nem sempre quem tira as melhores notas e ocupa uma vaga tem pleno direito a ela. Eu mesma fui universitária e no vestibular classificaram-me entre os primeiros candidatos. No entanto, por motivos que aqui não importam, nem sequer segui a profissão. Na verdade eu não tinha direito à vaga.

Não estou de modo algum entrando em seara alheia. Esta seara é de todos nós. E estou falando em nome de tantos que, simbolicamente, é como se o senhor chegasse à janela de seu gabinete de trabalho e visse embaixo uma multidão de rapazes e moças esperando seu veredicto.

Ser estudante é algo muito sério. É quando os ideais se formam, é quando mais se pensa num meio de ajudar o Brasil. Senhor ministro ou presidente da República, impedir que jovens entrem em universidade é crime. Perdoe a violência da palavra. Mas é a palavra certa.

Se a verba para universidades é curta, obrigando a diminuir o número de vagas, por que não submetem os estudantes, alguns meses antes do vestibular, a exames psicotécnicos, a testes vocacionais? Isso não só serviria de eliminatória para as faculdades, como ajudaria aos estudantes em caminho errado de vocação. Esta idéia partiu de uma estudante.

Se o senhor soubesse do sacrifício que na maioria das vezes a família inteira faz para que um rapaz realize o seu sonho, o de estudar. Se soubesse da profunda e muitas vezes irreparável desilusão quando entra a palavra ‘excedente’. Falei como uma jovem que foi excedente, perguntei-lhe como se sentira. Respondeu que se sentira desorientada e vazia, enquanto ao seu lado rapazes e moças, ao se saberem excedentes, ali mesmo começaram a chorar. E nem poderiam sair à rua para uma passeata de protesto porque sabem que a polícia poderia espancá-los.

O senhor sabe o preço dos livros para pré-vestibulares? São caríssimos, comprados à custa de grandes dificuldades, pagos em prestações. Para no fim terem sido inúteis?

Que estas páginas simbolizem uma passeata de protesto de rapazes e moças.”

Clarice Lispector, 17 de fevereiro de 1968

sábado, 21 de março de 2009

Vamos exercitar nosso autodomínio?

Uma linda formação feita pelo nosso querido Pe. Leo (in memorian) em seu livro "Buscai as coisas do Alto". Leia e perceba como é importante o autodomínio nos dias de hoje.

Imagem de Destaque

Autodomínio

Devemos exercitar o domínio sobre nós mesmos

O futuro é o tempo que será construído por nós. O passado não volta e o presente, muitas vezes, é imutável. Mas se não tivemos a oportunidade de escolher nosso passado, podemos escolher e planejar nosso futuro. Com isso, vamos nos afeiçoando às coisas lá de cima.

Buscar as coisas do alto é caminhar para uma meta que sabemos que podemos atingir.

Deus está do nosso lado. O ser humano foi criado para dominar o mundo e as coisas do mundo. Deus o criou como parceiro. Temos o Espírito Santo que nos inspira e impulsiona para as coisas de Deus. Ele, que conhece as coisas do alto, nos ensina a amá-las e a gestá-las no coração.

Não adianta nada dominarmos as máquinas se as pessoas não conseguem se dominar. O primeiro domínio que devemos exercitar é o domínio sobre nós mesmos, sobre nossos desejos, acolhendo aquilo que está de acordo com as coisas do alto e rejeitando tudo aquilo que nos atrapalha na caminhada.

A certeza da morte e da vida eterna nos ajuda nesse processo. O medo da morte ou a tentação de se achar imortal, vivendo como se a morte não existisse, é uma das grandes causas da infelicidade humana. Não adianta amenizar a morte. Ela é a nossa única certeza. Sabendo disso, devemos canalizar nossa vida para valores que vencem a morte, que ultrapassam a morte, como Jesus fez e nos ensinou.

Essa certeza deve tornar-se também um parâmetro para que possamos julgar nossas ações, palavras e pensamentos. Se não sou eterno, o que tornarei eterno com minha vida? É preciso deixar marcas de eterno por onde passamos e com quem convivemos.

Buscar as coisas do alto é saber que essa meta é possível de ser alcançada. Não é fácil. Fácil é ir para o inferno, já que não exige esforço nenhum. As coisas de Deus são sempre difíceis, porque nos apegamos demais às coisas aqui da terra. Aliás, a dor maior que sentimos em nossas perdas é exatamente a dor do apego. Achamos que tudo é nosso e vivemos a ilusão de que tudo depende da gente.

Quando temos muita coisa para olhar e para cuidar, não olhamos para o essencial, aquilo que está além do óbvio.

(Artigo extraído do livro “Buscai as coisas do alto” do saudoso padre Léo)

Pe. Leo

quinta-feira, 19 de março de 2009

Ministério de arte CHRIST DANCE


Olá pessoal.

Vim aqui pra divulgar um pouquinho do grupo de arte que participo. Ele se chama Christ Dance e faz parte do movimento da Renovação Carismática Católica (RCC) junto com o Grupo de oração Sagrada Família da paróquia São Sebastião da cidade de Araçagi.
Hoje, além da dança, o ministério tem como slogan "Em missão de Resgate", e busca resgatar os jovens para a igreja. Temos encontros espirituais todos os domingos e você está convidado a participar.
Também fazemos apresentações fora da paróquia. Se você quiser que o nosso grupo dance na sua paróquia, basta entrar em contato pelo telefone (83)3274-1523 com o nosso coordenador Walckimer.
Será um prazer desenvolver um trabalho de evangelização na sua paróquia. Abaixo, estão alguns vídeos de nossas apresentações.

Pedido de desculpas.

Olá pessoal.

Vim pedir desculpas a vocês por não ter mais postado no blog...
Estou um pouco atarefado e não tive tempo de postar diariamente, mas tentarei postar sempre que possível.

Obrigado!

quarta-feira, 11 de março de 2009

A Integridade é de todos! (Referente às cotas para negros em universidades).

Olá Pessoal...

Decidi postar hoje uma redação que fiz ano passado para ser pontuada pelo site da uol. Infelizmente não à mandei a tempo, porém gostaria que vocês dessem uma olhadinha. Ela é uma dissertação que fala sobre as cotas para Negros em Universidades. Deixem comentários.


A Integridade é de todos

Como sabemos, a maioria das problemáticas de nosso país provém de fatos históricos. A escravidão marcou a história do negro no Brasil e ainda hoje se discute sobre essa temática. Por ter entrado no país como escravo, o africano não pôde conquistar uma vida digna, mesmo depois da abolição. Não havendo nenhuma medida assistencialista para esta população no período de pós-escravidão, a marginalização foi inevitável e hoje vemos de que etnia é composta a maior parte da população das favelas de nosso país. Diante desta perspectiva, surge a questão de se criar cotas para negros em Universidades.

Louvável a atitude de querer integrar o negro na sociedade. Reprovável a maneira pela qual estão tentando fazê-lo. Não é apenas colocando cotas nas Universidades que estamos contribuindo para a integração social desta população, mas com toda uma conscientização da sociedade a respeito deste tema. Ademais, tal atitude fere o orgulho e a soberania desta raça, tal como fere veementemente a Constituição, que presa a igualdade entre os cidadãos brasileiros.

A partir do momento que propiciamos alguma vantagem a um certo grupo de pessoas, estamos afirmando que elas são, ou incapazes de desenvolver determinada atividade, ou mais importantes diante dos outros que serão submetidos à mesma atividade. Como o contexto não se enquadra em nenhum desses requisitos, tenho convicção que está atitude é, não desnecessária, pois é necessária sim, a integração do negro na sociedade, mas inviável, tendo em vista de que ofende valores e princípios do cidadão e, principalmente, a constituição, que têm a máxima soberania dentro de uma nação.

Concluindo, a integridade é possível sim, se o governo investir na educação como um todo e para todos. Que não tenhamos em mente beneficiar somente parte da população pobre, mas ela como um todo. Falo isso como negro. Não quero viver numa sociedade que recrimine e desvalorize cidadãos, mas numa sociedade que preze, primordialmente, a igualdade de todos que a compõem.


Por: Pedro Felipe de Lima Henrique


terça-feira, 10 de março de 2009

Sobre a decisão de Dom Aldo...


Olá leitores do meu blog...

Estou aqui para falar de um assunto muito divulgado pela mídia paraibana: o fato de Dom Aldo ter suspendido Couto de suas atividades eclesiásticas, como punição ao fato dele ter declarado em entrevista que era a favor da camisinha como questão de saúde pública e contra o celibato e a homofobia.

Eis o que está em questão:
- Será que Dom Aldo tomou esta decisão por razões políticas?
- Será que Dom Aldo é um homem ultrapassado e conservador ao extremo?
- Será que Dom Aldo tomou uma decisão precipitada?

Na minha concepção, nenhuma dessas questões se aplicam a atitude que o Arcebispo da paraíba teve ao tomar tal decisão.

Primeiramente, todo aquele que é católico e conhece a doutrina da igreja católica sabe que ela é completamente contra a camisinha. Se a doutrina é assim, cabe aos fiéis tomarem a decisão de segui-la ou não. Porém, a doutrina não vai mudar. Existem explicações para que a Igreja não permita a utilização de camisinhas (clique aqui). Sendo doutrina, ela deve ser respeitada. Como um indivíduo, representante de uma ordem, doutrina ou religião, pode se voltar contra ela e permanecer exercendo o papel de representante? Se ele é contra ou tem sua própria opinião, tudo bem, mas que fique só para si ou que discuta apenas com o seu Bispo. mas se ele torna público sua opinião, torna-se inviável que permaneça exercendo as atividades da doutrina até que a situação seja resolvida.

Portando, a decisão mais óbvia, sensata e correta que se poderia tomar nessa situação era interrromper imediatamente as atividades do indivíduo, a fim de que se fosse resolvido o assunto. Ou seja, Dom Aldo simplismente cumpriu seu papel como Arcebispo. Se se quer discutir a situação, que vá até o Papa falar com ele. Mas tenho a certeza de que mesmo assim não resultará em nada. De acordo com a Igreja, Dom Aldo está coberto de razão. E na minha opinião também!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Ser um novo Homem em Cristo!


Estamos vivendo, na Igreja católica, o tempo da quaresma.

Este tempo liturgico é destinado a reflexão dos nossos atos e conversão dos nossos pecados, a fim de podermos viver a páscoa com o coração renovado.

Não que não devamos fazer isto em todos os momentos de nossas vidas, mas a páscoa é a principal festa da Igreja católica e devemos festejá-la com tudo o que temos de bom, deixando o que é mau para trás.

São quarenta dias de reflexão, jenjum e oração. Reze pelas pessoas que você ama. Reze por aquelas que te odeiam. Peça a Deus que lhe dê sabedoria para viver na sua justiça. Abra seu coração para Ele e deixe que aja na sua vida. Vamos fazer uma corrente de Oração por todos os brasileiros qu hoje vivem nas ruas, esquecidos pela sociedade. Mas mais do que pedir a Deus, vamos fazer alguma coia por eles também. Quaresma também é tempo de fratenidade. Vamos tornar a vida de um filho de Deus mais feliz.

Enfim, que todos possamos nos abster do pecado e procurar viver a santidade mais do que nunca, pois o amor de Deus está a espera do nosso sim a todos os momentos.

Um Abraço!

terça-feira, 3 de março de 2009

"Capitalismo só existe no terceiro mundo"

Esta entrevista foi publicada pela "isto é" esta semana. Li no site, e achei muito interessante poder saber a opinião de um dos mais conceituados, senão o mais, intelectual da atualidade. Observe suas perspectivas para com o seu país e com o mundo em geral, principalmente na América do Sul.

"Capitalismo só existe no terceiro mundo"
Intelectual americano critica protecionismo dos EUA e diz que o poder do capital é imposto à força nos países pobres

por Maíra Magro

Ele foi considerado o intelectual mais importante do mundo pelo jornal The New York Times. Em 2005, ficou no topo da lista dos principais acadêmicos do planeta, segundo pesquisa feita pelas influentes revistas Foreign Policy, dos Estados Unidos, e Prospect, da Inglaterra. Aos 80 anos, Noam Chomsky, americano descendente de judeus russos, é reconhecido também como o papa da linguística moderna, por ter revolucionado a área com suas pesquisas sobre aquisição de linguagem. Professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) há mais de meio século, Chomsky é também filósofo e comentarista político. A decisão de nadar contra o pensamento político dominante veio com a guerra do Vietnã, nos anos 60. Publicou mais de 70 livros e mil artigos. Em geral, obras de repercussão mundial sobre atentados terroristas, neoliberalismo e política internacional. Um dos maiores críticos da política internacional americana, Chomsky está lançando no Brasil Estados fracassados: o abuso do poder e o ataque à democracia (Bertrand, 349 págs., R$ 45), no qual argumenta que os Estados Unidos assumiram as características de um Estado fracassado e padecem de um déficit democrático. Nesta entrevista concedida à ISTOÉ, o intelectual diz que não vê perspectivas de mudanças com o presidente Barack Obama, mas deposita um mar de esperanças na América do Sul: "Neste momento, é a região mais interessante do mundo."

Cético Autor de mais de 70 livros, Chomski diz que Obama não será muito diferente de Bush e que o Brasil está no caminho certo

ISTOÉ - Barack Obama pode mudar o que o sr. chama de "Estado fracassado"?
Noam Chomsky - Possibilidades sempre existem, mas não há nada que aponte para isso. As nomeações têm sido basicamente do lado dos falcões (defensores da guerra), e as ações também. Obama intensificou a guerra no Afeganistão, aumentou os ataques ao Paquistão e rejeitou os apelos dos presidentes desses países para eliminar os bombardeios que atingem alvos civis.

Quanto à questão de Israel e da Palestina, ele já deixou bem claro que não tem a intenção de buscar um acordo. Em sua primeira declaração sobre política internacional, afirmou que a responsabilidade primária dos Estados Unidos é proteger a segurança de Israel, e não a dos palestinos, que são os que precisam de proteção.

ISTOÉ - O sr. está dizendo que Obama é igual a George W. Bush?
Chomsky - Para começar, há uma distinção entre o primeiro e o segundo mandato de Bush. O primeiro foi muito arrogante e agressivo, desconsiderou as leis internacionais e foi tão abusivo que se distanciou de países aliados. O segundo mandato amaciou a retórica e as ações, que estavam causando danos demais aos interesses dos Estados Unidos. É possível que Obama dê continuidade às políticas do segundo mandato. Em alguns aspectos, Obama ainda é mais agressivo, como no Paquistão e no Afeganistão, que, pelo que vejo, são suas principais preocupações internacionais.

ISTOÉ - Os Estados Unidos são uma democracia fracassada?
Chomsky - Se você comparar as eleições de 2008 com as de um dos países mais pobres do hemisfério, a Bolívia, o processo é radicalmente diferente. Você pode gostar ou não das políticas do presidente Evo Morales, mas elas vêm da população. Ele foi escolhido por um eleitorado popular que traçou suas próprias políticas. As questões são muito significativas: controle dos recursos naturais, direitos culturais... A população não se envolveu apenas no dia das eleições, essas lutas estão ocorrendo há anos. Isso é uma democracia. Os Estados Unidos são exatamente o oposto. O melhor comentário sobre as eleições foi feito pela indústria da publicidade, que deu à campanha de Obama o prêmio de melhor campanha de marketing do ano.

ISTOÉ - Alguns presidentes sul-americanos são chamados de populistas.
Chomsky - Populista quer dizer alguém atento à opinião popular.

"Você pode discutir se a forma que Evo Morales distribui recursos é correta, mas chamar isso de populismo é usar palavras feias para políticas que desagradam aos ricos"

ISTOÉ - Mesmo quando a distribuição de recursos não é sustentável?
Chomsky - Distribuição de recursos tem a ver com política econômica. Nos Estados Unidos, o país mais rico do mundo, a política econômica é definida por instituições financeiras, por pessoas que levaram o país à ruína e estão levando boa parte do mundo à ruína. Isso não é populismo, é política econômica destinada a enriquecer um setor bem pequeno. Você pode até discutir se a forma que Evo Morales distribui recursos é correta, mas chamar isso de populismo é usar palavras feias para políticas que desagradam aos ricos.

ISTOÉ - O presidente Hugo Chávez acaba de passar por um referendo que permite sua reeleição ilimitada. Isso é aceitável em uma democracia?
Chomsky - Você acha que os Estados Unidos foram um Estado fascista até 1945, quando tínhamos a mesma regra?

O presidente (Franklin) Roosevelt foi eleito quatro vezes seguidas. Eu, pessoalmente, não aprovo, mas não posso dizer que isso seja incompatível com a democracia, a não ser que você diga que os Estados Unidos nunca foram uma democracia. Isso é uma hipocrisia total. Isso vale também para outras democracias parlamentaristas, em que o primeiro-ministro pode ser reeleito de forma indefinida.

ISTOÉ - O sr. avalia o governo Chávez positivamente?
Chomsky - A pergunta que importa é: o que os venezuelanos pensam do governo? Em pesquisas feitas pelo Latinobarômetro, uma organização chilena muito respeitada, desde a eleição de Chávez, a Venezuela fica no topo ou perto do topo de uma lista de países quanto ao apoio popular ao governo e à democracia.

ISTOÉ - O sr. acha que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva representou alguma mudança para o Brasil?
Chomsky - De forma geral, suas políticas têm sido bastante construtivas. A disposição inicial de aceitar a disciplina das instituições financeiras internacionais foi questionável. Até havia justificativa para isso, mas ele poderia ter escolhido políticas alternativas que teriam estimulado mais a economia. Acho também que as políticas poderiam dar mais apoio a organizações como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Mas, em geral, o País parece estar andando na direção certa. A disposição de lidar com os problemas internos de desigualdade extrema, da fuga de capital, entre outros, está pelo menos na agenda. Além disso, há a tendência de integração regional e independência. A União de Nações Sul- Americanas (Unasul) é um exemplo, mas existem muitos outros, e a integração é um pré-requisito para a independência. De maneira geral, isso torna a América do Sul, do meu ponto de vista, o lugar mais interessante do mundo atualmente.

ISTOÉ - E qual o papel do Brasil?
Chomsky - O Brasil tem um papel central na integração regional, pois é o país mais rico e poderoso da região. O presidente Lula tem tomado uma posição muito boa, garantindo que países que os EUA tentam arruinar, principalmente a Bolívia e a Venezuela, estejam integrados ao sistema. O Brasil também está aumentando as relações com outros países do Sul. Mas a dependência das exportações agrícolas é uma forma questionável de desenvolvimento. Deveria haver tentativas de desenvolvimento que não dependessem tanto de exportações, como a da soja.

ISTOÉ - Como o sr. vê o ressurgimento de medidas protecionistas nos Estados Unidos e na União Européia?
Chomsky - Antes de falar sobre isso, temos que eliminar uma grande quantidade de mitologia. Os Estados Unidos, o país mais rico do mundo, sempre foram altamente protecionistas. Sua economia avançada depende crucialmente do setor estatal. Se você pensa em computadores, internet, tecnologia da informação, laser, tudo isso foi financiado pelo Estado. Você não pode falar em livre mercado porque eles não acreditam nisso.

ISTOÉ - O capitalismo está entrando em colapso com a crise?
Chomsky - O único lugar onde o capitalismo existe é nos países do Terceiro Mundo, onde ele é imposto à força.

ISTOÉ - Os anticapitalistas têm algum modelo para oferecer?
Chomsky - Existem diversas pessoas propondo coisas interessantes, basta ver o encontro em Belém (Fórum Social Mundial). Elas não são totalmente novas, vêm dos movimentos dos trabalhadores no século XIX. São propostas de se democratizar a sociedade inteira. Isso significa o controle democrático da manufatura, das finanças, dos sistemas de informação, e por aí em diante.

ISTOÉ - Vê algo de positivo no papel dos Estados Unidos atualmente?
Chomsky - Sim. Mas não se deve esperar que os países mais poderosos sejam agentes da moralidade. Não faz sentido ficar elogiando esses países pelas coisas decentes que fazem. Os Estados Unidos deveriam, por exemplo, ter um papel fundamental na reconstrução de Gaza depois das terríveis agressões feitas junto com Israel - foi um ataque em conjunto, pois eles estavam usando armas dos EUA, é claro. A estrangulação de Gaza pelos Estados Unidos e Israel, apoiada pela União Européia, começou imediatamente após as eleições, que foram reconhecidas como livres e justas, mas os Estados Unidos não gostaram do resultado e punem as pessoas. É uma boa indicação da aversão extrema que as elites ocidentais nutrem pela democracia.

"Lula tem tomado uma posição boa, garantindo que países que os EUA tentam arruinar, como Bolívia e Venezuela, estejam integrados ao sistema"

ISTOÉ - O sr. concorda que os intelectuais de hoje são menos engajados que nos anos 60 e 70, por exemplo?
Chomsky - Não concordo com isso. É uma ilusão pensar que intelectuais eram diferentes no passado. De modo geral, os intelectuais são altamente fisubordinados ao poder. Isso também era verdade nos anos 60. Veja, por exemplo, a guerra do Vietnã, que era uma questão importantíssima na época. Se você olhar o The New York Times ou outro jornal importante nos quais intelectuais se expressavam, a crítica mais forte que poderá encontrar da guerra é - bem, estou citando a crítica mais extrema - de que a guerra começou com esforços de fazer o bem, mas se transformou em um desastre com custos muito altos para nós mesmos.

ISTOÉ - O sr. dedicou a vida a pensar as questões mais importantes do mundo. Como se sente hoje?
Chomsky - Há passos em direção a um mundo mais livre, justo e democrático. Isso não cai do céu como um presente, vem da luta popular engajada. E, sim, ela tem sido muito bemsucedida. Então, na medida em que sou parte dela, eu me sinto feliz. Os movimentos populares que se desenvolveram a partir dos anos 60 tiveram um impacto muito significativo no mundo, de diversas formas. Veja um exemplo óbvio, das últimas eleições nos Estados Unidos: o Partido Democrata tinha dois candidatos, uma mulher e um afro-americano. Isso seria inconcebível 20 anos atrás.

Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/edicoes/2051/artigo127063-2.htm

segunda-feira, 2 de março de 2009

Diário de Maria

Um lindo vídeo para você se emocionar...

domingo, 1 de março de 2009

Solidão é tão ruim quanto o cigarro


Ficar só pode fazer tão mal ao nosso organismo quanto o cigarro e a obesidade, descobriram pesquisadores da Universidade de Chicago. A sensação de rejeição aumenta a pressão sanguínea, seus níveis de estresse e suas chances de desenvolver Alzheimer. Os solitários também têm dificuldade para dormir e uma diminuição de glóbulos brancos no sangue - o que atrapalha o sistema imunológico. Fora todos os outros problemas psicológicos que causa, como a depressão e alguns distúrbios sociais.

Segundo a pesquisa, isso pode ser um belo de um problema para as próximas décadas, já que as pessoas estão cada vez mais individualistas. E você, como anda sua socialização?

Fonte: http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/

A amizade

http://blog.cancaonova.com/eventos/files/2008/06/amizade1.jpg

Quando verdadeira, este sentimento tão nobre,
É envolvente quanto o ar que respiramos,
Ele não ajusta qual a uma peça de um sistema qualquer,
ou da mesma forma que a pupila obedece automaticamente
a intensidade de luz que nela é projetada.
É como a raríssima flor que nasce num solo árido
e depois, sem nenhuma recompensa,
oferece a singularidade de seu perfume,
Ao vento inquieto,
Ao viajante apressado...
Aos amantes apaixonados...
A amizade...
Este substantivo fecundo que ladeia a alma
e o coração dos seres humanos
não surge apenas pela confiança...
É infinitamente mais doce que o melhor dos vinhos...
Se verdadeira não se limita entre fronteiras,
É carinho e sorriso no olhar,
É presença para todos os momentos,
O calor nas palavras que superam uma carência,
É estar sempre com as mãos estendidas,
Amizade é poder abraçar,
Ter amizade é o prazer de ouvir:
Obrigado por você existir!
Te amo...

Autor: Milton Cavalieri

Insatisfação, frustração ou carência: Justificativas que levam ao prazer desenfreado

Ai está uma formação que pode mudar a vida de muitas famílias.
Leia com atenção:

Formações

Imagem de Destaque

Insatisfação, frustração ou carência

Justificativas que levam ao prazer desenfreado

Se pararmos diante dos noticiários veiculados pela TV, certamente iremos deparar com inúmeros acontecimentos tristes envolvendo a nossa juventude. Nesse momento, cabe aí um olhar de espanto, de medo, que apresenta uma visão deficiente acerca do entendimento para esclarecer procedimentos tão animalescos; ao mesmo tempo, irresponsáveis, imaturos, agressivos e preocupantes, considerando que os jovens de hoje serão os homens e mulheres de amanhã.

O que esperar dos nossos jovens? O que esperar de pais tão permissivos, despreparados para educar, frágeis diante da notícia desagradável de que perderam um filho por overdose; que perderam um filho por acidente automobilístico devido à embriaguez; que perderam um filho assassinado devido a acertos de conta de drogas? Que perderam um filho violentado sexualmente ou que simplesmente o perderam por conta da ausência, da falta de tempo, da falta de atenção, de forma que, ao não encontrar nada disso em casa, saiu à procura e foi encontrado pela morte prematura, que choca, entristece, questiona, causa até mesmo cobrança interior pelos pais: “Onde foi que eu errei? Por que isso foi acontecer logo com o meu filho?” E agora, Sr. José? E agora, Sr. Manuel? E agora, Dona Marta? E agora, pais e mães?

O momento requer reflexão, precisamos repensar o porquê de tantas vidas ceifadas prematuramente. É preciso, sim, buscar na família a causa e a solução para esse problema. A insatisfação, a frustração e a carência afetiva justificam, hoje, a grande busca dos jovens pelo prazer desenfreado, a ponto de, a bordo de um navio, esquecerem-se dos limites que regem a vida saudável de um ser humano e viverem o desequilíbrio através da prática do sexo, do consumo de bebidas e drogas, tudo para buscarem a falsa felicidade, o carinho que muitas vezes foi substituído por coisas, futilidades, vaidades. Com a idéia de que em alto-mar vale tudo, até mesmo se afogar na promiscuidade deixando que as insatisfações, frustrações e as carências sejam levadas pela correnteza dos "embalos" e das "orgias". O que importa é experimentar outro, outra e mais outro e mais outra, sem maiores preocupações.

É o hoje vivido de forma errônea, que certamente apresentará os seus reflexos e consequências, seja através de uma morte prematura, seja através de uma doença sexualmente transmissível ou de outras doenças que o excesso de álcool e drogas causa à saúde humana, ou ainda de uma gravidez indesejada, de um aborto provocado pela pílula do dia seguinte e de mais sabor amargo na vida: a sensação de mais uma vez ter sido apenas usado (a). Até quando, atônitos, vamos assistir passivamente a tudo isso?

Mesmo que a nossa juventude esteja a bordo de navios que poderão levá-los e não mais trazê-los em terra firme, é preciso que nós pais ofereçamos a eles o equilíbrio próprio de quem está solidificado nos valores morais e cristãos. Sem essa formação, como que pisando em areia movediça, nossos filhos vão afundar no mar das ilusões, machucando-se, morrendo e matando a esperança de uma nova civilização.

Irani Florêncio Balduino da Silva
iraniflorencio@bol.com.br - Com. Canção Nova

26/02/2009 - 07h00