domingo, 7 de junho de 2009

A situação do índio brasileiro

Olá galerinha...

Estou postando hoje um texto que fiz para uma das oficinas para o Concurso Nacional de redação Assis Chateoubrian, que tem como tema este ano: "Marechal Rondon:A luta pela integração nacional e a causa indígena". Na oficina passada assistimos ao filme TERRA VERMELHA, que por sinal é muito bom, e nos foi solicitado pela professora um texto que falasse sobre a situação do índio no Brasil hoje. Leiam e deixem comentários:


http://www.fai-mg.br/portal/imagens/bib_i_indio.jpeg

A situação do índio brasileiro

Observamos na mídia vários embates entre povos indígenas e grandes latifundiários, no que diz respeito às reservas indígenas. Não faz muito tempo que ficamos espantados com as tensões geradas em torno da Raposa Serra do Sol, onde pudemos ver índios e rizicultores buscando seus direitos e disputando terras da reserva. O Governo Federal emitiu uma ordem de desocupação para os fazendeiros, que resistiram, tendo o apoio do próprio Governo do Estado de Roraima, que estava mais preocupado com a economia da região. Diversas opiniões surgiram em torno dessa polêmica e até os próprios índios se dividiram. Tendo isso em vista, nos surge a seguinte questão: Porque, ainda hoje, depois de tantas lutas e sofrimento, os índios ainda sofrem com a intolerância e resistência da sociedade brasileira, que deveria lutar por sua preservação?

No século XVI, nosso país sofreu uma agressiva e dominadora colonização que, somada a outros males trazidos pelo contato com outros tipos de civilização, costumes e enfermidades, causaram um grande impacto social e demográfico sobre os nativos. Na época da chegada dos europeus, existiam entre 2 milhões e 5 milhões de índios que se distribuíam entre cerca de 1,4 mil povos que falavam 1. 300 línguas distintas. Hoje, segundo dados da Funai (Fundação Nacional do Índio), a população indígena soma 512 mil indivíduos, sendo identificadas apenas 180 línguas nativas. Existem 614 reservas reconhecidas pela Funai como indígenas, que são habitadas por 225 povos.

Analisando esses dados, podemos ver quão intensa e devastadora foi a imposição de um novo modelo de sociedade aqui no Brasil. Não foram respeitadas crenças, direitos e nem mesmo a própria dignidade humana dos nativos. Hoje, o índio ainda não foi totalmente restituído de suas perdas, mas a constituição já lhe garante os alicerces de sua sociedade e de seus costumes: a terra. Porém, ainda hoje, latifundiários e grandes produtores questionam os direitos do índio, desprezando assim sua própria identidade, pois o índio é o grande representante da identidade cultural do nosso país, tanto quanto, ou até mais do que os negros e brancos, pois foram os primeiros a habitar nesta terra.

Não diferente dos latifundiários e das pequenas comunidades rurais que disputam terras com os índios, a própria sociedade brasileira tem uma visão freqüentemente distorcida da realidade e dos valores indígenas. São vistos, ou de maneira preconceituosa, ou de maneira idealizada. É importante ressaltar que o processo de transformação de usos e costumes é normal no desenvolvimento de qualquer sociedade. Está muito claro que a sociedade indígena, como qualquer outra, tem o direito ao desenvolvimento e não pode ser discriminada por isso.

Enfim, é preciso incentivar políticas publicas que tenham em vista a melhoria da situação das sociedades indígenas no país. Não podemos tratar a história viva da nossa nação como qualquer coisa. Somos todos seres humanos e temos direito a saúde, educação e respeito. Respeito por parte do governo e respeito por parte da população em geral. É muito bonito saber que em nosso sangue corre sangue de várias cores e raças, e mais bonito será quando soubermos valorizar cada uma delas.

Por: Pedro Felipe de Lima Henrique

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